13.3.11

hoje

se o chão não é mais embaixo e o teto não em cima
se o vento arranha e a chuva arde
se o impacto da pancada anestesia ao invés de arroxear
quando as palavras perdem a força
quando o azul vira palidez e a beleza não é mais nada

fazer o quê com o peito que não ouve nem fala?
as mãos agem
as pernas agem
a água do chuveiro cai e age

o sentimento não
o sentimento parou numa tarde cinza
uma cadeira dura
uma notícia dura
e a tristeza nos olhos de quem vê o corte, e não de quem perde o sangue

eu não fujo mais de nada
mas não mergulho na piscina de desespero
eu sento na beirada
eu não morro
eu vivo
eu sento na beirada e espero a dor chegar

2 comentários:

  1. Gosto quando as coisas não fuuncionam:
    sei que é hora de eu funcionar

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  2. ótimo olhar, eduardo! adorei!

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oba! visita!