Acho que foi assim desde que pisei em solo pernambucano pela primeira vez. Alguma coisa se encaixou entre meus pés e a cidade, Recife se abriu em abraços, sons, cheiros, e tantos, tantos gostos! Gosto do jeito da cidade, do sotaque dos pernambucanos, generoso, musical, as frases começando por "então". E a alegria. E a profundeza. Recife se abriu e me deu caminhadas em Boa Viagem, a beleza de tirar o fôlego da Oficina do Brennand, as igrejas com vista pro mar de Olinda, os papos com Mariana, o artesanato, a cachaça nas ruas antigas, me deu Luna Vitrolira (chegada em Porto Alegre, onde éramos ambas estrangeiras e o afeto se fez instantâneo), Adrienne Myrtes e seu forte e delicado "Eis o mundo de fora" (sobre o qual eu escrevi aqui).
E um dia Recife me deu voz. Me deu um palco, me deu platéia. Marcelino Freire, o pernambucano que mais agita a literatura de Norte a Sul, inventor da Balada Literária de Sampa, foi quem me espalhou pro pessoal de lá. Daí Cida Pedrosa, Rita Marize e o pessoal do Sesc Santa Rita me pegaram pela mão e me fizeram dizer poemas com sotaque mais uma vez, prazer que eu só tinha tido em Porto Alegre. Poa virou meu sul, Recife é meu Nordeste particular.
Foi lá que eu conheci o Nagib, que me ouviu, comprou meus livros, me escreveu, virou amigo, e agora me presenteia com essa resenha linda sobre o meu trabalho, publicada no Jornal do Comércio de lá. Escrever é bom, ser lida é uma delícia, dizer meus poemas é um prazer imenso, e ler sobre mim é das surpresas mais gostosas que essa vida me traz. Obrigada, Nagib, pelo presente.
Minha filha, minha poeta querida!
ResponderExcluirMariazona,
ResponderExcluirFã aqui em Recife tu já tens de monte, quase metade do nordeste...
Um cheiro, minha palavra-flor, porque meus olhos e meus ouvidos cheiram à tua escrita. Bendita Maria mãe desta poesia!
Feliz de ser lembrada... De ser associada a Recife... De estar com você, mesmo que só de vez em quando. Cheiro grande, Maricota!
ResponderExcluir