"Carne do umbigo", "Bendita palavra" e "Substantivo feminino" são a versao impressa e bem acabada do que rola aqui. Quer me ter na sua mão em forma de livro e disco? Me escreve aqui!
27.3.11
Dica cultural da Maria
26.3.11
#17
Um coração bate.
É o meu.
No meio dos meus peitos mora o filho que eu vou ter, e mais um monte de gente e sentimento.
Que bom.
Um por dia enquanto for legal #17.
24.3.11
Tem preço sim
"Mastercard: não tem preço!"
"Quer reativar seus pontos para trocar por vantagens?
Pague apenas 6 de 58,90, senhora Maria!"
Não existe almoço grátis
Nem pontos grátis
Nem felicidade grátis
O preço pode ser ótimo
Pode ser um bom negócio
Mas tudo custa nessa vida
Custa notas
Cacos de sonhos
Custa dores no peito, noites de febre
"Mas trocar por quais produtos, senhora?
Como decidir sem ver a lista das vantagens?"
"A senhora irá receber em sua casa o informativo, senhora Maria"
O informativo nunca chega antes da decisão
É preciso escolher no escuro, dizer "sim" e confiar no que virá
Eles pelo menos mandam uma listinha depois...
21.3.11
Você
20.3.11
#16
18.3.11
A garotinha deles
Ontem entrei no site da Miranda July, uma artista americana das que eu mais admiro hoje, que faz performances e filmes e exposições, e fiquei super tocada por uma peça dela, que faz parte de um "jardim de esculturas" criado pra Bienal de Veneza que ela chamou de "11 Heavy Things". São peças feitas pro público interagir, e uma delas, que tá nas fotos, me fez pensar muito em como eu me sinto hoje.
Em como é legítimo e delicioso que os pais amem seus filhos e queiram pra eles nada de sofrimento ou dúvidas.
E me intrigou que a exposição se chame "11 coisas pesadas", porque pela primeira vez na vida senti que amor e proteção, que são a base que me sustenta, privilégio que eu tanto celebro e do qual tanto usufruo, podem também ser pesados. e descobri que cabe a mim fazer ser leve, pra não desperdiçar o presente. e tô fazendo. e vou fazer.
Tô subindo virtual no estande-escultura dela pra dizer que:
Eu posso ter alguns problemas que meus pais tiveram.
E posso ter outros.
E meu coração pode se partir.
E posso me sentir humilhada.
E a insegurança pode destruir meus sonhos.
E isso vai ser parte de uma vida muito mais boa e bela. E vai me fazer crescer pra ser a mulher que eu posso e quero ser.
O amor deles é o colchão macio pras minhas quedas.
E que bom, e obrigada, porque com medo de cair nem de bicicleta se anda, e eu quero voar alto nessa vida!
16.3.11
#15
Antídoto.
Cat Power no som, palavras querendo curar e eu deixo.
Um por dia enquanto for legal #15.
Beijobomdiaagoraeuvoudormirdenovo.
14.3.11
#14
O que eu devo fazer com esse tijolo que caiu do seu pescoço?
Devo embrulhar em bandeiras ou jornais e simplesmente devolver?
(Blair & Dale Wilson cantaram ao vivo no Urbana, o slam de poesia do Bowery Poetry Club, lá em NY, em 2003)
(a Maria andou e correu pelo jardim do sítio, e muito depois escreveu e disse um poema triste)
Um por dia enquanto for legal #14.
Demorou mas abalou.
13.3.11
hoje
se o vento arranha e a chuva arde
se o impacto da pancada anestesia ao invés de arroxear
quando as palavras perdem a força
quando o azul vira palidez e a beleza não é mais nada
fazer o quê com o peito que não ouve nem fala?
as mãos agem
as pernas agem
a água do chuveiro cai e age
o sentimento não
o sentimento parou numa tarde cinza
uma cadeira dura
uma notícia dura
e a tristeza nos olhos de quem vê o corte, e não de quem perde o sangue
eu não fujo mais de nada
mas não mergulho na piscina de desespero
eu sento na beirada
eu não morro
eu vivo
eu sento na beirada e espero a dor chegar