Eu não gosto de futebol, mas não tenho estrutura emocional pra tragédias ao vivo, especialmente narradas pelo Galvão Bueno. Então depois do quinto gol da Alemanha eu peguei o carro e vim pra casa gravar esse texto do Leonard Cohen que eu terminei de traduzir hoje mais cedo. As ruas cheias de água da chuva forte e rápida, a noite que caiu súbita sobre o Rio. O rádio do carro dizia "a tristeza é senhora", "voa canarinho, voa" e "como vai você, assim como eu?". Na Gávea fogos de artifício estouravam - aqui é reduto de flamenguistas, afinal. Eu vesti alcinhas pretas e nenhuma maquiagem, já que o Leonard já tinha dito: "Não há mais palco. Não há mais ribalta. Você tá no meio das pessoas. Então seja modesto. Diga as palavras, passe a informação, saia de cena. Seja você mesmo. Esteja no seu próprio quarto." Agora na tevê amarelinhos choram dentro e fora do campo, passa Chaves no SBT. Eu vou ali fazer uma sopa. Quem quiser mudar de assunto clica aí embaixo, eu e Mr Cohen em "Como dizer um poema" nessa terça-feira histórica.
4 comentários:
Muito foda. E sempre gosto quando rola algum prolegômeno para o vídeo.
Tornei-me fã...
Gostei muito do texto...
Abraços, mas tarde eu volto...
gostei
Tão dura e tão bela!
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