Ando cansada de tantos consertos.
Tudo na casa dá defeito, inclusive a dona.
Carrego tristezas como os franceses carregam baguetes,
sem proteção contra a poeira da rua e o suor das axilas.
Tenho medo do que desconheço
e me estranho no que me é difícil.
"Tentativas e erros" é a expressão correta:
os acertos ficaram pra próxima vida.
Vivo num corpo que não me escuta
e a eterna luta é fazer da voz carne
e da dor insistência e êxito.
Me alimentar do que me frustra,
digerir cacos de vidro pra parir,
em meio a espasmos,
alguém em quem eu me divirta,
uma mulher que exista,
e diga a que veio.
Um comentário:
Maricota , vou trabalhar esse poema para recita lo num sarau Mandalassaia em 19/03/17 ritos do sagrado feminino. Lembrei do quão ele foi importante para nossa Ana Cláudia (in memorian) como elo "sanguíneo" à la "lua que menstrua" que nos une. E se eternizou com a lembrança recebida por vc. Bjus de luz , carne umbigo, sangue e cura. Flor
Postar um comentário