27.3.11

Dica cultural da Maria





Exposição incrível do americano Robert Wilson, de video retratos super bonitos e interessantes: olhando rápido parece foto, parando com atenção os movimentos sutis mostram que é vídeo mesmo. O figurino, o cenário, a ambientação, a trilha, tudo muito bonito e detalhista, conceitual e bacana.



Vi hoje à noite no Moreira Salles, do ladinho de casa, e recomendo pra quem mora no Rio, fica até 15 de maio, totalmente grátis, com direito ainda a café no jardim e silêncio. Pra quem não tá no Rio, tem também online aqui.

Eu que tô nesse momento de vídeos, pensando se eles rendem uma exposição, amei!

PS: o tom verde-e-rosa das fotos é (d)efeito especialíssimo do meu novo Iphone velhinho!

26.3.11

#17




Um coração bate.
É o meu.
No meio dos meus peitos mora o filho que eu vou ter, e mais um monte de gente e sentimento.
Que bom.
Um por dia enquanto for legal #17.

24.3.11

Tem preço sim

"Mastercard: não tem preço!"

"Quer reativar seus pontos para trocar por vantagens?

Pague apenas 6 de 58,90, senhora Maria!"


Não existe almoço grátis

Nem pontos grátis

Nem felicidade grátis


O preço pode ser ótimo

Pode ser um bom negócio

Mas tudo custa nessa vida


Custa notas

Cacos de sonhos

Custa dores no peito, noites de febre


"Mas trocar por quais produtos, senhora?

Como decidir sem ver a lista das vantagens?"

"A senhora irá receber em sua casa o informativo, senhora Maria"


O informativo nunca chega antes da decisão

É preciso escolher no escuro, dizer "sim" e confiar no que virá

Eles pelo menos mandam uma listinha depois...

21.3.11

Você


Achei a foto e a frase no Barbaridisses, blog sempre bom da Barbara Geluda.
Nunca tinha ouvido essa frase mas o conceito caiu como uma luva.

BE YOURSELF.
EVERYONE ELSE IS ALREADY TAKEN.

Oscar Wilde foi na veia.
Agora é com a gente viver isso.
Eu quero e vou.

20.3.11

#16


Pois agora eu escrevo de novo. Poemas. Novos.
E pode? Pode.
Então pintei os olhos pra piscar devagar e ler em voz alta.
Devendra cantou suave e o Bokel emprestou uns olhos pro cenário.
Achei bonito.
Um por dia enquanto for legal #16.

18.3.11

A garotinha deles


Ontem entrei no site da Miranda July, uma artista americana das que eu mais admiro hoje, que faz performances e filmes e exposições, e fiquei super tocada por uma peça dela, que faz parte de um "jardim de esculturas" criado pra Bienal de Veneza que ela chamou de "11 Heavy Things". São peças feitas pro público interagir, e uma delas, que tá nas fotos, me fez pensar muito em como eu me sinto hoje.

Em como é legítimo e delicioso que os pais amem seus filhos e queiram pra eles nada de sofrimento ou dúvidas.
E me intrigou que a exposição se chame "11 coisas pesadas", porque pela primeira vez na vida senti que amor e proteção, que são a base que me sustenta, privilégio que eu tanto celebro e do qual tanto usufruo, podem também ser pesados. e descobri que cabe a mim fazer ser leve, pra não desperdiçar o presente. e tô fazendo. e vou fazer.

Tô subindo virtual no estande-escultura dela pra dizer que:
Eu posso ter alguns problemas que meus pais tiveram.
E posso ter outros.
E meu coração pode se partir.
E posso me sentir humilhada.
E a insegurança pode destruir meus sonhos.


E isso vai ser parte de uma vida muito mais boa e bela. E vai me fazer crescer pra ser a mulher que eu posso e quero ser.

O amor deles é o colchão macio pras minhas quedas.
E que bom, e obrigada, porque com medo de cair nem de bicicleta se anda, e eu quero voar alto nessa vida!



16.3.11

#15



Antídoto.
Cat Power no som, palavras querendo curar e eu deixo.
Um por dia enquanto for legal #15.
Beijobomdiaagoraeuvoudormirdenovo.

14.3.11

#14



O que eu devo fazer com esse tijolo que caiu do seu pescoço?
Devo embrulhar em bandeiras ou jornais e simplesmente devolver?

(Blair & Dale Wilson cantaram ao vivo no Urbana, o slam de poesia do Bowery Poetry Club, lá em NY, em 2003)
(a Maria andou e correu pelo jardim do sítio, e muito depois escreveu e disse um poema triste)

Um por dia enquanto for legal #14.
Demorou mas abalou.

13.3.11

hoje

se o chão não é mais embaixo e o teto não em cima
se o vento arranha e a chuva arde
se o impacto da pancada anestesia ao invés de arroxear
quando as palavras perdem a força
quando o azul vira palidez e a beleza não é mais nada

fazer o quê com o peito que não ouve nem fala?
as mãos agem
as pernas agem
a água do chuveiro cai e age

o sentimento não
o sentimento parou numa tarde cinza
uma cadeira dura
uma notícia dura
e a tristeza nos olhos de quem vê o corte, e não de quem perde o sangue

eu não fujo mais de nada
mas não mergulho na piscina de desespero
eu sento na beirada
eu não morro
eu vivo
eu sento na beirada e espero a dor chegar

Do Maatz

"Ele erra porque vê tudo com bons olhos, em um tirar leite de pedra que apenas revela a cegueira de quem quer - e acha que querer basta - que o mundo tenha sentido. O mundo tem mais o que fazer. Sentido é coisa de gente, não é coisa do mundo."

lá do Maatz.
sempre bom.

12.3.11

Isso é sábado?

Se emocionar com o flash mob da TAP no Galeão
- que não, nunca se chamará Antônio Carlos Jobim -
em dia de alegrias cheias de esperança
em noite de ondas gigantes em japonês
e dos textos da dor de uma mãe
artista
grávida
em tratamento contra um câncer
para reaver a guarda do filho

É mais que beijo de novela:
é gente brasileira dançando no aeroporto
tanto sorriso e meus olhos marejados

Ando tão à flor da pele que.

(isso e isso e isso aqui)