28.10.07

orgulho




Expandindo os limites do trabalho como montadora, esse ano estreei com o Rodrigo no mercado de trailer pra cinema. Todo filme tem que ter trailer, e tem pouquíssima gente no Brasil fazendo isso. É um trabalho exaustivo porque fundamental na carreira do filme, sendo que tem muito mais filme do que sala de cinema e se o público não lotar na primeira semana o filme corre o risco de não ficar muito tempo em cartaz.
Além disso, o trailer é uma peça de venda feita pra ser assistida justamente pelo público alvo, que é quem já está no cinema, ou seja, ele TEM que entusiasmar quem vê. Por tudo isso foram muitas horas de trabalho, muitas reuniões, muitas idas e vindas e opiniões, tudo pra chegar a um resultado à altura do filme.
Como se já não fosse pressão suficiente, ainda estreamos com "Meu nome não é Johnny" , um filme que está cercado de expectativas, e portanto a responsabilidade era ainda maior! Fizemos o trabalho no risco, e agora, com o trailer pronto, a gente tem muitas razões de orgulho: todo mundo está adorando!
Por enquanto ele só pode ser visto no Youtube e no site do filme, mas quando o nosso trailer "entrar em cartaz" confesso que irei de bom grado pagar um ingresso só pra ver esses dois minutos e meio de trabalho no telão!

23.10.07

depois


quando o furacão não derruba a casa

porque o que não mata engorda

sendo que podia ser o fim


o que era difícil vira adubo pra nascer a força

jardim suspenso de gozos insuspeitos

e a felicidade, plena, brota no ar

16.10.07

defícil

pode ser feio
pode ser lindo
pode doer, arranhar, tirar sangue
pode ser silêncio
pode ser ruído
noite quieta ou multidão
medo da luz
picada de bicho
canto de unha no duro dos dentes
pode ser música na tarde
sala vazia
pode ser manhã de sol

a vida tem partes
às vezes tanta coisa
quase sempre, difícil
e ainda assim, bonito

10.10.07

Inoportuna



Quien no lo sepa ya
lo aprenderá de prisa:
la vida no para,
no espera,
no avisa.
Tantos planes,
tantos planes
vueltos espuma
tu, por ejemplo,
tan a tiempo
y tan
inoportuna
Eran más bien los días
de arriar las velas.
Toda señal a mi alrededor
decía: cautela.
Cuánta estrategia incumplida
aquella noche sin luna
tu, por ejemplo,
tan bienvenida
y tan
inoportuna
¿Quien sabe cuándo,
cuándo es el momento de decir: ahora?
Si todo alrededor te está gritando:
¡Sin demora, sin demora!

3.10.07

estréia

(Camila Medina, a produtora + Elke, a personagem + Julia Rezende, a diretora)


Então ontem foi a estréia do Elke nas telonas! E foi em grande estilo, no Festival do Rio, que além de ser o maior da América Latina, é o do coração de nós cariocas! A tarde foi incrível, Julia e Camila nervosíssimas, Elke super emocionada, muitos amigos na platéia, e foi um tal de perna tremendo, voz falhando, discurso ensaiado ficando pra trás, e quando o filme finalmente encheu a tela do Odeon foi muita felicidade e alívio: ufa, deu tudo certo mesmo!


Pra mim, que montei o filme e passei tardes e tardes ouvindo os depoimentos, pensando se essa frase ficava ou saía, se aquela imagem durava meio segundo a mais ou a menos, foi muito bacana ver o filme pronto, depois de algum tempo sem mexer nele. Tudo que já era banal de tanta repetição aqui na ilha de montagem ganhou força e impacto no cinema lotado. O que era engraçado teve a confirmação das risadas, o que era sério mereceu silêncios, e o desejo da Julia de fazer um filme pra revelar a mulher por trás do estereótipo provou ser boa e relevante ali, naquela hora, ainda mais do que em todo o processo.


Agora o filme tá na rua, e tem muita estrada pela frente: já foi aceito na Mostra São Paulo de Cinema, no Festival Mix Brasil, e no Festival Internacional de Curtas do Rio. Em outubro tem projeção em Sampa, e até o fim da semana o filme está disponível no site Porta Curtas. Aproveitem!