27.6.07

poema dos 28, já na metade deles

O amor enche as mãos de tarefas e os olhos de lágrimas.
Depois é voz doce curando a dor de cabeça,
Telefonema bendito no meio da madrugada.

O amor quando insiste deixa a gente encharcada,
Molha por fora e por dentro,
Inunda, interrompe a estrada
Pra depois seguir melhor.

Fiz 28 anos e tenho chorado muito, antes e depois.
A idade me acolhe, não me assusta:
Sou eu quem escolhe o que fazer do dias,
E a marca que quero que eles deixem no meu rosto.

Quem acorda comigo sabe:
Durmo sorrindo até de manhã
E adoro a luz amarela que não entra pela janela
(mas tenta)
quando o sol está lá fora.

O amor anda em mim sob a pele
Feito bicho geográfico,
Hora no sexo
Hora no pé
E meu corpo é todo um mapa dos caminhos que ele faz
E eu nunca
Nunca reclamo.

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