Não é vontade de falar
Não é saudade de ninguém
Não é sono nem insônia
Não tem angústia no escuro
Apagado, o abajur descansa
Os cabelos não dormem sob o vento do teto
Idéias de receitas cruzam a cabeça
O corpo deitado sabe que não vai dar certo
Mas tira a lâmpada do repouso
Os dedos trabalham e os olhos reclamam:
É tudo esforço inútil
Amanhã o sol arrebenta na cara
E as olheiras afundam um pouco mais
(Mas felicidade não é muito diferente disso não)
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