A vida é um negócio bom da porra. Eu sou uma otimista, uma mulher simples, que acredita na felicidade, quase uma cinderela moderna cujo príncipe encantado sou eu mesma, é o mundo, o cotidiano cheio de surpresas. Quando era criança toda noite meu pai me botava pra dormir e quando a história começava eu perguntava logo: "pai, tem partes?". "Parte" era a metáfora pra qualquer coisa que tivesse tristeza, ou medo, ou qualquer coisa não boa. E o papai sempre dizia que tinha, e eu sofria antecipadamente mas nunca desisti de ouvir.
Cresci assim, querendo sempre o bom, mas encarando o ruim como parte do caminho. Depois de escrever o último post revi esse aqui e ri sozinha na sala, pensando que postei essa tirinha num momento de super felicidade e foi legal ver de fato me senti assim na hora de um tropeço.
Pois hoje a pose do final do tropeção veio sem tropeção. A Martha Medeiros, de quem eu falei recentemente aqui, me deu seu aval agora em praça pública, nas páginas do Globo, na sua coluna de todo domingo. Saber que a Martha, que eu li e leio tanto, me lê também, já tinha sido uma delícia. Agora saber que a minha poesia provoca nela reflexões, faz ela pensar e querer escrever, é um luxo absoluto, como ser amiga da Elisa e ter tido o queixo segurado pelo Saramago dizendo que eu falo poesia bem. É da categoria das coisas que a gente deseja sem nem saber que deseja, porque nem parece possível antes de acontecer. E sabe o mais gostoso? Fica totalmente natural depois, sem nunca perder o gosto bom de coisa desejada em segredo.
Então a verdade é essa: saber ver o lado bom dos tombos é genial, mas caminhar sem tropeços é o que há de melhor!
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