dez dias pra próxima viagem. vai ter reencontro com pessoa querida depois de oito meses, vai ter reencontro com pessoa querida depois de quatro meses, vai ter reencontro com pessoa querida depois de cinco anos. cinco anos sem ver alguém e ainda com vontade de ver é muito, não é? e na última vez em nos vimos também tinha isso, cinco anos que não nos víamos. bom manter uma amizade assim, apesar dos cinco anos de distância entre cada encontro. mas não é sempre suficiente, sabe, por isso pego um avião e vou. e a saudade que eu tinha guardado num lugar secreto porque era preciso agora desvenda as frestas, sai abrindo gavetas e caramba, os dez dias ficam muito.
e também tem a coisa de voltar a uma cidade depois de treze anos. treze. é muito. quase a primeira vez de novo. e tem a coisa do templo de consumo absoluto. e eu sou vulnerável nesse quesito. e a lista só cresce.
e aí tem a coisa de ficar sem meu amor esse tempo. duas semanas. duas semanas e dois dias. o tempo passa lento sem ele, como eu já disse em poema do primeiro livro que fecha esse post misterioso:
Na praia escura soam os relógios
Badalam as horas derretidas pelo sol do Ceará
Os ponteiros girando, moles
Aumentam o tamanho dos dias
O tempo muda enquanto passa
E não é o mesmo dentro e fora desse amor
Tem o tempo do trabalho
- dias que voam
E o tempo da saudade
- horas arrastadas
Tem o tempo daqui e o tempo daí
Dalí sabia, por isso espremeu os relógios
O que pinga deles é o sumo das horas
Segundos gotejantes me escorrendo pelos dedos
No tempo que é sem você
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