18.3.11

A garotinha deles


Ontem entrei no site da Miranda July, uma artista americana das que eu mais admiro hoje, que faz performances e filmes e exposições, e fiquei super tocada por uma peça dela, que faz parte de um "jardim de esculturas" criado pra Bienal de Veneza que ela chamou de "11 Heavy Things". São peças feitas pro público interagir, e uma delas, que tá nas fotos, me fez pensar muito em como eu me sinto hoje.

Em como é legítimo e delicioso que os pais amem seus filhos e queiram pra eles nada de sofrimento ou dúvidas.
E me intrigou que a exposição se chame "11 coisas pesadas", porque pela primeira vez na vida senti que amor e proteção, que são a base que me sustenta, privilégio que eu tanto celebro e do qual tanto usufruo, podem também ser pesados. e descobri que cabe a mim fazer ser leve, pra não desperdiçar o presente. e tô fazendo. e vou fazer.

Tô subindo virtual no estande-escultura dela pra dizer que:
Eu posso ter alguns problemas que meus pais tiveram.
E posso ter outros.
E meu coração pode se partir.
E posso me sentir humilhada.
E a insegurança pode destruir meus sonhos.


E isso vai ser parte de uma vida muito mais boa e bela. E vai me fazer crescer pra ser a mulher que eu posso e quero ser.

O amor deles é o colchão macio pras minhas quedas.
E que bom, e obrigada, porque com medo de cair nem de bicicleta se anda, e eu quero voar alto nessa vida!



6 comentários:

Mick. disse...

Lindo Maria, sinto o mesmo que vc esse previlegio do amor e da proteção, mas sei que posso voar mais alto que isso, sem medo. O medo faz parte, mas não pode me empedir de seguir, pois o colchão sempre estará lá.

maria rezende disse...

é isso mesmo! altos voos pra gente! =)

Pedro Cezar disse...

legal mesmo é quando o colchão se deixa brincar de tapete voador!

maria rezende disse...

é isso, pepsi! colchão voador!

sheila gluz disse...

Muito real e sensível! Adorei! beijos

maria rezende disse...

que bom, sheila, eu que adorei te ver por aqui!
beijo grande, maria