20.11.11

os 33

"Qualquer amor já é um pouquinho de saúde" (Guimarães Rosa)

5:21 de sábado pra domigo, madrugada de uma noite especial. Há exatas 24h eu suava na cama na febre de uma amigdalite vinda diretamente da infância, dor da qual eu já nem lembrava, desconforto quase inédito não tivesse sido tão frequente há anos atrás. Era véspera dos meus 33 e meu corpo cobrava a conta das emoções de um ano doido, um ano doído, um ano insuspeito. Quem diria que 2011 seria assim? E quem diria que eu chegaria hoje, 20 de novembro, de vestido branco girando ao som de músicas da adolescência, rindo na cara da tristeza, agarrada na saia da alegria?
Ao meio-dia era impossível comer, falar. À meia-noite eu só fazia dançar. Dançar e rir e abraçar. Teve antibiótico, antiinflamatório, remédio pra febre e dor, mas eu surfei foi na energia amorosa de tantos amigos, e só quando o último foi embora a garganta voltou a doer, devagarinho, silenciosa, como quem se envergonha de incomodar moça tão predisposta à alegria.
Dois parágrafos terminando com alegria. Ia escolher uma palavra pra trocar mas a escrita é mais sábia que eu às 5:31 da madrugada. Alegria, alegria. Duas, três, três mil vezes. Eu quero.
Deito pra dormir na casa que já foi minha e onde eu e minha garganta inflamada fomos acolhidas há dias atrás e a cabeça não para. Rezo pra vida e quase só agradeço: obrigada pela saúde, pela família, pelo afeto, por ter um trabalho e ter talento, pelo otimismo e pela capacidade de reinvenção, pela rede de proteção, pelos amigos incríveis, pela beleza que eu achei pra mim, pelo amor que eu dou e recebo, pela possibilidade de me cuidar e me deixar ser cuidada, pela saúde, pela sorte. E termino com os pedidos, hoje só dois: saúde&sorte, pra mim e pros que eu amo.
A vida sabe ser boa e eu sei aproveitar.


5 comentários:

rodrigo disse...

que lindo isso aqui!!!

Luana disse...

certa vez ouvi bethânia dizer que detesta as grandes ocasiões. que nas grandes ocasiões é tão fácil qto fugás - e essas são as minhas palavras - se fazer presente e dar apoio. que quem comparece às grandes ocasiões pode estar ali alimentando seu vício de compaixão, se envaidecendo.

ontem, apesar de uma grande ocasião, era como se estivesse apenas indo ali rapidinho em ipanema te levar um amoxil ou ler um poema dos que conhecemos juntos na adolescência. E exatamente porque concordo plenamente com bethânia, sinto o prazer e a docura em te dizer que ontem discordei. Parabéns, poetinha. Que a vida continue nos sugerindo estreitar os elos construidos lá, quando suas amigdalites - e as minhas - não iam tão longe.

beijo meu.

Luiza Rezende disse...

querida prima, lindo! que bom ter feito parte da sua noite!

beijo bem grande,

Luiza

Cris Lustosa disse...

Que linda Maria! :* divirta-se a vida é linda mesmo!

maria rezende disse...

merci, queridos! agradeço a visita e o carinho!
beijos trinteitrescos,
maria