8.10.04

fluxo

O temor tem morte dentro
É ele que paralisa

tudo impávido colosso
tudo cabide no armário
tudo certo tudo morno
chão de bolas de cristal

Lá fora um sofá puído
esse desejo rouco
uma história moribunda
a beleza oficial.
E no corpo já sem fogueira brilha o fosfóro azul do amor mais confortável.

O temor enforca os dias
meses anos de desertos.
Tudo urge e tudo cala
e o mundo cabe na mala que eu morro de medo de te entregar.

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