Eu estou lá com dois poemas inéditos, e fico feliz porque estou tão lenta na produção do meu segundo livro mas esse ano é a segunda vez que tenho poemas publicados em antologias bacanas, então minha poesia nova está andando não só na minha voz mas também no papel por aí.
O Rodrigo Bittencourt, meu namorado, parceiro de projetos e artista multi, estréia no papel nessa antologia, apesar de ter dois livros de poemas e dois romances já prontos! Mas ver os poemas impressos, preto no branco, com capa e tudo mais, foi a primeira vez e foi gostoso!
Enfim, foi um lançamento bacana, com recitais e tudo mais a que se tem direito, e agora o livro está na praça, pra quem gosta de poesia é um passeio interessante.
Aproveito pra deixar um dos poemas que sairam lá, que eu sei que ando negligenciando a postagem de poemas aqui...
“a saudade é uma espécie de velhice”
(Guimarães Rosa)
Um medo como nunca houve
Medo que nunca se soube
E o calor seco no escuro
Socando o peito aos pouquinhos
Soluços a escorregar
Noite vira dia
Cama inunda a casa
Sol morena o corpo
E o medo segue a rondar
O medo e seus precipícios
O medo e seus edifícios
Torres pontes muros altos
O mundo a desmoronar
O amor beija o medo nos olhos
Põe no colo, nina, cuida
E o medo se vira em quase
Mão dada abraço carinho
O medo quase certeza
Quase não medo, quase amor
O amor sussurra as palavras
O medo – ostra – as engole
O amor aquieta os sentidos
E o medo a envenenar
Com sua espada de fogo
Com sua lança afiada
Sua língua de serpente
O osso duro dos dentes
É uma espécie de velhice
É divisor incomum
Ameaça, dedo em riste
É dois virado em um
É tudo que nega, afasta
Medo senhor do universo
É anti-felicidade
Porta fechada, deserto.
Medo que nunca se soube
E o calor seco no escuro
Socando o peito aos pouquinhos
Soluços a escorregar
Noite vira dia
Cama inunda a casa
Sol morena o corpo
E o medo segue a rondar
O medo e seus precipícios
O medo e seus edifícios
Torres pontes muros altos
O mundo a desmoronar
O amor beija o medo nos olhos
Põe no colo, nina, cuida
E o medo se vira em quase
Mão dada abraço carinho
O medo quase certeza
Quase não medo, quase amor
O amor sussurra as palavras
O medo – ostra – as engole
O amor aquieta os sentidos
E o medo a envenenar
Com sua espada de fogo
Com sua lança afiada
Sua língua de serpente
O osso duro dos dentes
É uma espécie de velhice
É divisor incomum
Ameaça, dedo em riste
É dois virado em um
É tudo que nega, afasta
Medo senhor do universo
É anti-felicidade
Porta fechada, deserto.
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