3.8.07

ainda a morte, agora em verso

Arroz de carreteiro numa casa masculina
O jeito doce
Broncas entre risos num elevador
da cidade de São Paulo

Claras em neve no banquinho da cozinha
Novela das oito no ar-condicionado
Caxambu e a fonte da beleza
Ser “princeza” com “z” na sua letra rebuscada

Me achar a sobrinha preferida
Gargalhadas com Chico Anísio
Cócegas até doer
Brigas no vôlei e os olhos de piscina

Camisetas velhas e tênis cinza anos 80
O preconceito e a descoberta
Pão de queijo ruim e belas conversas
Admiração e sonhos na minha geração

Ser chamada de Aretuza ao passar na porta
Contar os passos entre nossas casas
Velhas marchinhas de carnaval:
“Ó mulher vampira!
Ó mulher fatal!
Por causa de você levei um tiro!
Passei um mês e meio no hospital!
Ai, ai, ai...”

Meus mortos e suas memórias
Rasgos de dor na minha históriaPorradas doces com as quais caminho.

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