(Tony Hoagland, tradução da Maria cheia de café na cuca)
Quando a dor estava fresca,
por um tempo o problema ficou muito claro
e a clareza constituía uma espécie de alívio
como se o problema tivesse se retirado
pra ver o que você ia fazer.
Mas depois de um tempo a clareza começa a se esvair,
e três dias depois você já não seria capaz de articular
precisamente qual era o problema,
e três dias depois disso você esqueceu
que sequer existia um problema,
e o seu velho jeito de pensar voltou.
Você é só um cidadão
da sua própria familiaridade
que não consegue lembrar de si de um jeito diferente.
Você segue e de vez em quando
o caminho pula de debaixo de você.
E você aprendeu a esperar essa agitação,
tanto quanto é possível.
Pode-se dizer que é com uma certa fidelidade
que você continua cometendo os seus erros,
e depois renovando-os,
como se você estivesse seguindo uma placa que diz,
Por Aqui Para o Frescor.
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