22.10.06

Corpo

"O corpo existe e pode ser pego
É suficientemente opaco para que se possa vê-lo
O corpo existe porque foi feito
Por isso tem um buraco no meio
O corpo se cortado espirra um líquido vermelho
O corpo tem alguém como recheio"

Esse é um pedaço de um poema do Arnaldo Antunes, o pedaço que a minha cabeça lembra num fim de domingo de corpo exausto de tanta descoberta, depois de um fim-de-semana intenso de workshop de performance e de teatro físico com a Patrícia Carvalho-Oliveira. Foram dois dias de exercícios e práticas novas pra mim, que vão me ajudar a colocar corpo na minha palavra, a dar corpo pra palavra, além de dar voz. Tô cansada mas feliz, conheci gente bacana e variada, e passei dois dias quase inteiros prestando atenção em mim, cuidando de mim, mexendo comigo.

Isso fecha com chave de ouro uma semana em que eu finalmente voltei a ser a mariadapoesia: revisei e imprimi meu livro novo, o bendita palavra, arrumei e imprimi um "dossiê" sobre mim, e agora vou mandar isso pras editoras, em busca de uma que me queira e me receba, pra ano que vem eu voltar a publicar. Já tô com comichão de tanta vontade!! Me aguardem!

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